Terra. O nosso amar
é como sementes ao vento. O lento
misturar do acaso, nosso caso,
nossas asas, nossa casa
em movimento...
E dentro do movimento
meu corpo busca o teu centro.
Terra. Teu dentro busca o meu corpo,
meu vôo não busca nada,
náufrago sem enseada,
nau à deriva no tempo.
Sento. Sente? meu coração
não tem calma, pula da cama
à calçada, abre a janela do quarto,
ressoa no apartamento. Senta,
deixa eu deitar no teu colo, vamos
falar de outras coisas: o preço
do pão, o cinema,
a nossa falta de tempo...
É, Cá, a rua invadiu o poema.
É tarde, o relógio reclama,
teu corpo largado na cama
me deixa uma saudade louca!..
Eu vou embora.
E te beijo o rosto, e visto a roupa,
com ainda o gosto dos teus lábios
todos
na boca.
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