Com o coração a

para outro lado. Na boca um gosto
amargo. Já sei: à noite, todos os gatos
são pardos. Tudo bem, baby,
my dark lady, a gilete não é
para os pulsos – respire fundo.
De qualquer maneira
nós já fomos mesmo expulsos
de todos os édens possíveis,
e agora é tarde: deus
morreu na viagem.
II
Com o coração a

de um lado pra outro com um gosto amargo
na boca. Já sei. Havia alguém me esperando,
alguma mulher em Vigo deve estar ficando louca:
acaso vistes, ondas, acaso encontrastes meu amigo
perambulando pelas toscas tabernas destas largas
plagas pós-modernas? Mas é o dia o jornal
indubitáveis sucessões de dados. Que à noite
(se bem me lembro alguém me disse:) à noite
todos os gatos são pardos. E pelas cornijas
os saltos, mas todos os saltos são tardos.
Tudo bem, baby, agora just gimme
thy skin, thy eyes of green, deita nessa cama
de lençóis desconjuntados, tira o vestido,
abre os braços – e seja língua
pra tudo que é lado.
III
Com o coração a

desafinado. Algo entre G e A

e a certeza de que em algum lugar
além desse lençol um deus qualquer a essa hora
deve estar jogando dados. Amargo.
E pelas escadas os passos, mas todos os passos
são tardos. Tudo bem, baby, my dark lady,
agora just gimme thy eyes, thy skin
of bright. Na tua aorta ouço os sinais
destes vastos gatos pardos espreitando atrás da porta.
É fim de festa e a mesa está posta
– respire fundo. De qualquer maneira
ninguém tem mesmo a resposta,
e agora adeus: deus morreu.
Corta.
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