Nunca soube fazer poemas de amor.
Não sei escrever bilhetes com rosas, nem fazer serenatas
debaixo da lua. Nunca gostei de promessas,
bombons com embrulho vermelho,
corações desenhados em árvores,
mentiras suaves, amores-perfeitos.
Gosto do mar. Fogueira crepitando na brisa,
marulho de onda, alguém cantando
e um número simplesmente inacreditável de estrelas
como testemunhas únicas de qualquer coisa
que jamais se repetirá. Gosto de coisas
irredutíveis. Amor? Palavra.
Não posso. Não sei. Nunca soube.